Quando te vi pela primeira vez, senti algo diferente.
Não sabia explicar bem o quê, mas havia um algo mais,
que todos podiam ver...
Vi à minha frente, um homem observador, austero, discreto,
inteligente, sociável e com uma magnitude indisfarçável!
Senti que, ao vê-lo, algo diferente preenchia meu interior,
num misto de ansiedade e inquietude...
Meus olhos, por mais que tentassem, não escondiam o desejo
de te olhar e percorriam lugares vagos na inútil
tentativa de disfarçar.
Não precisava palavras, bastava apenas olhar.
No olhar, o segredo desnudado,
onde o impossível era não ser desvendado...
Qualquer um via.
Qualquer um notava.
Mas o silêncio, imperava.
O segredo fez de conta que era segredo.
O tempo ao teu lado encurtou o espaço entre duas almas.
Trouxe o contentamento e a saudade antecipada.
Não sabia que se transformaria em agonia.
Uma agonia que perseguia a esperança de te ver de novo.
De lutar contra pensamentos vadios, que traziam à memória
teu semblante viril.
Que armazenava no peito a ofegante sensação da vontade
de te rever um dia.
Um dia desses em que a gente nem imagina que o amor esteja
tão próximo, e que de repente, surge a nossa frente como
bálsamo para nossas feridas.
Curando tudo!
Transformando tudo!
E fazendo do tudo, o nada diante da grandeza desse amor.
Tua ausência reteve esse amor.
Diante de mim, havia apenas a lembrança de um homem que
mesmo sem saber, me deu a certeza de que um dia, viria até mim.
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