
RASCUNHOS ENCADERNADOS define os sentimentos tatuados na alma por diversos episódios de uma vida vivida sem máscaras e que emerge, em forma de poesia, as diversas sensações que ao longo do tempo marcaram uma história. São versos escritos em rascunhos, hoje encadernados, e que revelam a mais pura verdade! Nos desabafos, em que só o papel aceita... Sejam bem-vindos! Sueli Dutra - 03/09/2011 - Florianópolis - Santa Catarina - Brasil.
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sexta-feira, 30 de setembro de 2011
O AMOR NÃO ERA AMOR
Meu coração está em silêncio...
Medita sobre acontecimentos que não lhe trouxeram a paz desejada,
nem o calor de dias ensolarados, muito menos, o encanto dos contos de fadas.
Foi surpreendido pela enganação.
Pelo teatro de fantoches, onde bonecos viram gente, e gente vira boneco,
no ato desumano de quem quer a, todo pano, navegar em corpos que não são seus,
viajar em águas tranquilas, na mansa maré do amor.
Um amor unilateral, pois, só a vítima sente.
Envolvida por fadas, flores, palavras bonitas, quentes e até o choro emocionado
embargando a voz de quem é demente.
No enredo frio, calculista, a personagem é vestida da mais flagrante impiedade,
onde não mede esforços para sua presa alcançar.
Vem na certeza dos amantes, na delicadeza dos amados, na sutileza do pecado.
Revira sonhos e resgata flores.
Traz o canto da passarada.
Traz a vida orquestrada, na maestria do engano.
Circula livre nos sonhos de quem lhe apraz, manipula os fns, antes mesmo, do começo.
Fala dos que lhe tem apreço, e não mais vive, sem suas vidas.
Parece vampiro a esperar o cair da noite, para aliciar suas vítimas, sugando a inocência no sangue que em suas veias circula, veloz como
a respiração ofegante, quente como as lavas de um vulcão em erupção.
Sacia seus desejos como se fossem nobres, na fonte pura de quem
se deixa enganar, sem nunca imaginar, que ali não deveria estar.
O amor não era amor.
Era demência.
Vestia a máscara vilipêndia da transparência, num disfarce torpe, para esconder
um coração que só abrigava indecência, e que nem por um instante, houve razão.
DEMÔNIOS
Existem pessoas que tratam outras, feito marionetes.
Brincam com os sentimentos alheios trocando sonhos por desalentos.
Vestem a máscara da hipocrisia, com a personagem da heresia, pois
pecam contra Deus e investem em mentiras!
São avassaladoras!
Buscam a inocência, a esperança e a fragilidade de suas vítimas.
Vestidas de "verdade" parecem anjos vindos do céu a socorrer corações
despedaçados, almas reprimidas, vidas sem vida.
Compartilham, também, com as almas guarnecidas de toda a beleza que lhes
cabe, onde o amor tem ligação direta com o Altíssimo.
Fazem se parecer com Ele, e não deixam a menor dúvida dessa comunhão e,
ainda, se colocam em oração.
Ledo engano!
Deixam um rastro de dor e desenganos.
Em vez de virem do céu, foram expulsas de lá.
Não são anjos.
São demônios!
VIDA EM FUGA
Diz um número.
Seis ou sete?.
Pode ser o seis...
Por favor, o seis.
Ah! Seria possível arranjar um prato, talheres e, também, uma colher?
Assim se conquistava o amor de uma mulher...O número seis significa as quatro paredes, que a tudo testemunhavam
dos momentos que a ela fascinavam.
Foram únicos, embora, repetidos por inúmeras vezes.
O prato acolheria o sabor de um amor que logo se dissipou.
Os talheres serviriam para degustar esse amor.
A colher traria à boca, o amargo desse amor, que transformado em dor,
levaria essa mulher ao torpor!
Existiu a procura.
Existiu o encontro.
Mas, nada disso adiantou.
Tudo foi levado e arrastado pela correnteza da dor.
A mulher que, outrora, sentía-se amada e desejada,
viu a vida passar desajeitada,
como a querer esgueirar-se, pra não ser notada.
Fugia como a fazer parte de um plano que, insano,
traria o desengano.
A mulher, sem nada entender, parecia desfalecer diante
do que pensava conhecer.
Estava à beira da loucura, evadiu-se na procura,
como a querer restabelecer a vida
que fugia por vias escuras.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
MAMÃO, BOLACHA, REFRI E CERVEJA
Numa combinação descabida de sabores degustei
das pétalas das flores, que dessa combinação brotou.
Transformei o mamão em paixão, a bolacha em tesão, o
refri não tomei, e a cerveja transformei em certeza.
Mas, como tudo que embriaga, nesse amor me vi enganada.
Diante das "iguarias" que a mim foram ofertadas viajei em delírios,
num frenesi só vivido na intensidade dos amantes, onde, mais tarde,
seriam dissonantes, trazendo o dissabor de um amor que não foi constante.
Mamão, bolacha, refri e cerveja eram, pra mim, o melhor menu.
Pensei que estavas nu.
Despido de amarras.
Despido de bagagem.
Despido de sacanagem.
Pensei que pudesse transformar mamão, bolacha, refri e cerveja,
em nutrientes para um amor quente, e que jamais se tornaria ausente.
Assim como não podemos transformar água em vinho ou misturará-la
ao óleo, não podemos, também, tirar nutrientes de onde não tem.
Mamão, bolacha, refri e cerveja, disso, eu jamais vou esquecer!
Com toda a certeza!
TRÊS EM UM
Durante muito tempo tentei achar uma razão
para a minha existência
ou para
a existência de todos nós.
Nascer.
Crescer.
Estudar.
Trabalhar.
Viver.
Viver o quê?
Será a vida só isso?
Muitas são as indagações.
Poucas são as respostas.
O mundo pouco nos dá, exceto no que é incerto.
Pessoas vêm e vão.
Acontecimentos surpreendem, espantam,
estarrecem!
Flores não são vistas.
Só os espinhos cravam.
Formam feridas, tiram o sangue, esvaem as vidas.
Como pode ser só isso?
Não.
A vida é muito mais!
Descobri que é acreditar!
Acreditar que somos amor.
Que respiramos amor.
Que renascemos do amor.
Um amor universal.
Um amor incondicional.
Um amor nascido da morte.
Lavado em sangue puro!
Para que pudéssemos despertar.
“Amar ao próximo como a si mesmo”.
Enxergar além do que os olhos podem ver.
Sentir compaixão.
Entender o que não tem razão.
Aguçar os olhos à visão.
Trazer à tona o que Deus proclama e acender
a chama do
que ainda inflama no coração.
O amor.
O amor do Pai.
O amor do Filho.
O amor do Espírito Santo.
Essa é a verdadeira razão!
sábado, 24 de setembro de 2011
TEMPESTADE
A avalanche de diversos sentimentos trazia a tempestade,
que ainda persiste em assolar o que antes era fértil,
e nutria as flores que ornamentavam o amor.
O solo está varrido de todo e qualquer resquício, que possa
trazer de volta, o que antes tinha cor, pois o verde das folhas
misturado ao colorido das flores, não mais se consegue ver.
Sucumbe, assim, a esperança.
Esta que importava o mais distante dos sonhos atravessando
o mais íngreme dos caminhos, fazendo-se forte diante do
desconhecido.
Agora está contida, prestes a pedir guarida à desilusão.
Não há quem enalteça o coração.
A tempestade um dia vai passar, mas quem irá o solo adubar?
Há que se esperar!
Um dia, a esperança há de voltar.
NO CALOR DA BALADA
O som agita a noite, que a muitos acolhe, enquanto outros dormem.
Bebidas quentes.
Bebidas geladas.
Homens tolos.
Mulheres saradas.
Corpos vêm e vão.
Dançam.
Balançam.
Frenéticos.
Ecléticos.
A música agita.
O rock incita!
As luzes piscam e o papo rola.
Na banda, a cor do som.
Tudo é bom!
Nada isola tudo se desenrola.
Na música, o frenesi.
Tudo há que existir.
A banda sorri.
Guitarra, baixo, bateria, percussão.
Na noite, sensação.
Tudo não passa de uma grande ilusão!
HORIZONTE NAS MÃOS
Linear é o horizonte, que se mantém distante,
como se nunca pudéssemos alcançá-lo.
Nessa linha que por estar longe definha,
submeto-me a tudo que a desalinha.
Procuro o torto,
o que está exposto,
e coloco-me feito um louco
à espera de lucidez.
Talvez nunca haja sensatez.
Espero no horizonte,
assim como o cabelo na fronte,
a brisa que o movimente,
que o tire da frente dos olhos,
e que por, apenas, um segundo,
sobreviva a ilusão, de se ter o horizonte nas mãos.
ALIANÇA
Senti um forte desejo de te ter ao meu lado.
Não importava de que forma, e nem o tempo despendido.
Apenas estar seria o objetivo.
Sem saber bem a razão quis um elo.
Pedi à aliança que havia em seu dedo.
Carreguei-a comigo, pra lá e pra cá.
Intenção forte de te ter ao meu lado.
Agarrei-me a ela como se fosse você!
Trazia-me à lembrança, momentos intensamente vividos,
desejos repartidos, emoções extravasadas.
Amenizava o desejo, a saudade, o sabor do beijo ainda presente,
o cheiro agora ausente, e a vontade enorme de estar, simplesmente estar.
Ao lidar com a dor aprendi a desejar o amor.
Esse amor que nos faz enlouquecer de prazer!
Que liberta os sonhos.
Que enaltece nossas vidas.
Que enrubesce nossas faces.
Que nos faz renascer a cada dia!
Um amor quase pungente, onde torna a vida da gente,
palco de grandes ilusões.
Onde os corações não se encontram apenas se encantam!
Na aliança que trazia em meu peito ressurgia o sabor pela vida,
o encanto ao pedir guarida, a certeza de que o acaso não existe por acaso!
Tornou-se visível o invisível.
A aliança!
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
VÍCIOS
Ao nascer somos puros, imaculados, inocentes.
Ao crescer emolduramos nossa mente, pelos acontecimentos.
Vivenciamos pessoas, coisas, momentos.
Aprendemos aos poucos ou nem sempre.
Batemos.
Levamos.
Sofremos.
Amamos.
A vida transcorre.
O imaculado macula.
As escolhas são feitas:
Vencer ou perder.
Levantar ou cair.
Subir ou descer.
Viver ou morrer.
As armadilhas armam-se!
Persistem. Insistem.
Não desistem!
Mas, é preciso construir.
É preciso resgatar.
É preciso cuidar.
Cuidar do inesperado.
Das coisas que não queremos.
Das escolhas que fazemos.
Dos entes queridos.
Dos filhos esquecidos.
Do amor reprimido.
Saber que o mundo oferece!
Saber que há tentação.
Que existe a canção.
Que há reclusão.
Que não há o perdão.
Saber dizer não!
Não às drogas!
Não aos vícios!
Evitar o suplício!
VENDAVAL DE ILUSÃO
Desajustado pela emoção vira e revira cantos obsoletos.
Traz pra fora o que havia por dentro, e confunde-se ao descontentamento.
Enlouquece, enraivece e vibra com pouco!
Enrubesce de prazer.
Enrubesce no querer.
Enrubesce no enraivecer.
Procura o desconhecido, apraz-se do que é confuso, ardente, quente.
Teso, tenso, denso procura o nada, e no nada, tudo!
Apalpa.
Busca.
Viaja.
Ultraja o desconhecido.
Avança sem sentido, em prol de um amor.
Doído.
Corrompido.
Falido.
CORTINAS
Muitas são as coisas que passam pela cabeça de uma mulher.
Quando pensa encontrar o ser amado, envolve-se em devaneios e põe-se a sonhar...
Os sonhos tornam-se sem medidas, descerram às cortinas e o palco fica exposto.
O espetáculo começa.
Entre sonhos desmedidos, variantes de realidade, lampejam nos acordes entre vida e ficção.
Nessa mistura onde nada se identifica direito, uma confusão invade o peito e os sentimentos ficam vagos.
Não há distinção de nada.
Sabe-se apenas, que a dor cutuca avançando a alma que retruca sem nada poder dizer.
Veste-se a couraça da defesa ou desnuda-se a alma pagando pra ver.
Não se sabe o preço, tampouco o prêmio.
Sabe-se apenas, que não podemos ter pena do próprio ser.
Ah... Quem me dera fazer das quimeras a mais pura realidade.
Sentir o frescor do vento.
Andar olhando o firmamento.
Contar as estrelas.
Seguir a trilha da lua, sobre as ondas crespas do mar, só com o olhar.
Dizer “Eu te Amo”.
Que não há engano.
E que pra sempre eu hei de te amar.
E assim... Cerrar as cortinas.
Dá-se início ao verdadeiro espetáculo!
O espetáculo do amor!
domingo, 18 de setembro de 2011
PERFEITO!
Por todos os caminhos percorridos, encontrei flores e também espinhos.
Das histórias vividas, grandes foram o aprendizado e as feridas.
A tudo procurei ornamentar com cores matizadas, alegres, ornadas com o detalhe da esperança... Nunca a perdi!
A vida transcorria assim...
Em meio aos percalços, não consegui evitar o ônus das lutas travadas em cada dia vivido.
Os bônus foram muitos, apesar de tudo.
Não foram materiais, mas foram mais, muito mais.
No calor de todas as emoções, trouxeram a razão que a tudo esclarece e mantém os pés fincados ao chão.
Eu mesma refém dessa razão, nunca deixei de sonhar...
Em meus sonhos, vivia o momento em que Deus em sua onipotência, onisciência e onipresença Prometia, mesmo sem nada dizer, a recompensa para todos os males vividos nos vales da vida, que estava desguarnecida de amor..
Os desertos, também foram muitos.
Atravessá-los, com certeza, não foi fácil!
Frio, sede, calor... Tudo se encontra no deserto... Ironicamente, o frio, trazido ao cair da noite.
Sobrevivi, graças aos sonhos.
Um deles, trazido na recompensa prometida.
Hoje, não há mais o deserto.
Não há mais os espinhos.
E mesmo que houvessem, pouco importaria, pois estou guarnecida.
Guarnecida de tanto amor, que a emoção transborda meus olhos, só de lembrar...
Deixo vazar as lágrimas que insistem, culminando no lavar da alma, outrora tão sofrida, amargurada e, por tantas vezes, vencida.
Hoje, desfruto da promessa de Deus.
Trouxe-me o amor tão sonhado, tão esperado, tão imaculado.
Veio de forma diferente, displicente, de mansinho, devagarzinho e aos poucos fez o seu ninho.
Aninhei tudo na figura de um homem tão especial, que fica desigual a espera, os atalhos percorridos, o tanto do tempo perdido.
Fico imaginando, como pude viver sem ele... Sem o som das suas palavras, sem as carícias tão desejadas, sem suas mãos tão encantadas... Do olhar já nem falo, porque se falar me cala. Não há palavras para descrever esse olhar, pois nele me perco sem me encontrar e fica difícil voltar.
Esse homem foi à promessa de Deus!
Combinou com Ele que me faria feliz, que traria aos meus olhos o brilho que nunca perdi, e que apenas estava esperando por ele.
Que me traria as manhãs alvissareiras, os dias quentes, reluzentes, as noites cúmplices, aconchegantes, vibrantes.
O que mais posso querer dessa vida?
Nele encontro tudo o que preciso.
Nele fica frouxo o meu riso.
E nada é indeciso, quando a resposta está no perfeito.
Esse homem é perfeito!
Obrigada Senhor, a Ti todo o meu louvor!
DESPERDÍCIO
Tanta vida desperdiçada nas entranhas do teu ser!
Por saber do teu querer encontro, o superficial, o tolo.
Foges do amor, e dizes querer encontra-lo.
Viajas em devaneios fugazes,
rápidos o bastante pra não marcar passagens.
rápidos o bastante pra não marcar passagens.
Tal qual, luz que não quer apagar-se
brilhas em olhos distantes, vagos, inconstantes.
brilhas em olhos distantes, vagos, inconstantes.
Oscilas entre falso e verdadeiro.
Não distingues nada!
Mentiras se tornam verdades.
Como num jogo jogas tua alma.
Empenhas teu destino, e pagas pra ver!
Louca será quem te querer!
A EXCELÊNCIA DO SER
Os olhos buscavam dentro, a visão clara dos sentimentos.
Por fora nada viam.
Nem mesmo o sol trazia luz.
Nem mesmo o brilho os seduziam.
Precisavam do algo mais.
Precisam do que lhes apraz.
Ver o invisível!
Sentir no interior a visão da alma.
Refletir no exterior a luz que conduz ao caminho.
Feito o branco.
Feito o linho.
Arrancar dos olhos o desalinho, na pureza simbólica do próprio branco linho.
Despir-se do mundo externo.
Cobrir-se do que é belo.
Viajar na alma.
Sentir a calma.
Traduzir em versos, a certeza de que só na alma existe o universo, e a visão clara do que não é controverso: A excelência do ser.
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