A
vida transcorria absorta numa proposital
distração para o amor.
As
algemas foram quebradas e com elas
dizimadas
toda e qualquer dor.
Tornou-se
insossa, insípida, sem graça e como
se não houvesse mais a taça, derramou-se o vinho.
O
tic-tac das horas apenas tiqueava.
Não
prenunciava.
Não
arriscava.
Não
dizia nada.
O
vazio preenchia agora, o espaço do cio.
Os
desejos não existiam mais.
Os
beijos foram deixados pra trás.
Sobrava apenas a proposital distração.
Numa
fuga atroz da emoção indo ao encontro da razão.
Onde
não havia mais o galardão, nem o coração.
O
mundo parou e só eu andei.
Andei
a passos firmes, decididos em busca do nada.
Tudo
parecia acabar sem nada encontrar.
Mas
a vida existia mesmo sem fantasia.
Embora
latente tornou-se persistente em me afrontar.
Dizia
que o amor existia e que estava lá, em algum
lugar e que eu podia alcançar.
Respondia
com ironia, que era mera fantasia e que
o amor não mais existia.
Mas
a vida insistia.
Dela
corria como o diabo corre da cruz,
sem querer ver a luz,
sem querer ver o
brilho do amor que a tudo seduz.
Não
convinha arriscar.
Podia
esse amor não encontrar embora estivesse lá,
em algum lugar.
Pela
persistência da vida, mesmo dela esquecida
fui por esse amor surpreendida.
Seja bem vinda ao mundo encantado das poesias.
ResponderExcluirTeus poemas são belos porque tem as raízes plantadas na alma, e porque são construídos por uma inteligente e culta poetisa.
PARABÉNS!