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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O ENGANO




Quando a vida te trouxe não disse como seria.

Entusiasmei-me no teu encanto.

Apostei na sorte que pra mim sorria,

curei todas as feridas e dormi sob um acalanto.

Esqueci do pranto.

Pus-me a sonhar...

Sonhei que seria a mulher da tua vida.

Que as mazelas seriam esquecidas.

Que minh’alma teria guarida.

Sonhei que todos os dias seriam flores.

Que na vida não havia mais temores.

Que nos laços não teria dissabores.

Permaneci assim.

Esperei os dias passarem.

Respirei novos ares.

Aos poucos naveguei outros mares.

A realidade tirava-me do sonho.

Mostrava-me o que não propunha.

Esfriava o que sequer aquecia.

Desvairava o que ainda aturdia.

Num turbilhão de idéias soltas,

revoltas, caia em desalinho, o carinho.

Tudo parecia espinho!

Não desejei.

Não quis.

Não busquei.

Não esperei.

Havia o desencanto que antecedia o pranto.

O nó na garganta.

A tez enrijecida.

A alma desguarnecida.

O engano!

 

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