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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

CHEGADA


Já esquecida de como é ter um único

e verdadeiro amor, blindei meu coração.

Afoguei-me no trabalho,

fiquei sem tempo e não sobrava

nem para os lamentos.

Fiquei sob a ordem do Universo,

com os sentimentos imersos.

Nada percebia ao redor,

porque nada interessava.

O tempo parou.

Parou em algum dia,

numa movimentada pizzaria...

Lá em meio ao barulho intenso, 

entre vozes alegres, felizes,

o amor acontecia.

Sequer me dei conta disso.

Exceto pela imagem que insistia em não

sair dos meus olhos e povoar

meus pensamentos.

Nessa imagem, um homem.

Discreto, íntegro, perspicaz, acolhedor.

Um homem, cujo olhar, dizia

mais do que qualquer palavra.

Trazia nos olhos o querer...

Querer ter.

Querer ser.

Querer sublimar, o sei lá o quê.

Querer buscar aquilo que ninguém vê.

Quem sabe, buscar um bem-querer?

Quem sabe, buscar o amanhecer?

Quem sabe?

Eu?

                 Eu sei.          


                                                                          

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