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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

DEPOIS QUE SE EXTRAVIA


Busquei lembranças de ti, e só encontrei o vazio de mim. 
Quis reacender a chama do sentimento que agora é morno, não sabia que ainda era profundo.
Fora do meu tempo remoía a dor de não ter,
de não poder reviver.
Talvez fosse tarde demais.
Quem sabe, o relógio não mais conspirava, nem ficava lento, tampouco, parava, fazia sim, marcar os anos que se foram; registrar saudades remotas;
confirmar que não permite voltar atrás.
Tornara-se cruel!
Dizia apenas que não pode voltar.
Pra sentir o amor não se deve deixa-lo passar, tem que ser prudente, fazê-lo sorridente, e regar.
Depois que se extravia, tudo se transforma em agonia.
Nem adianta chorar!
Porque jamais, um dia, irá voltar

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

CASULO

Existem pessoas que vivem num mundo só delas.
À margem vagueiam pela vida, como se uma bolha as envolvesse.
Querem se misturar, mas só conseguem divagar.
Viajam nos sonhos, e neles tecem casulos.
Redoma de seda impedindo as veredas.
Caminhos sem percorrer, apenas escritos em versos, sem pegadas, sem poeira, sem estrada.
Apenas os sonhos seguem.
Apenas os sonhos perseguem.
Não há o que dizer.
Não há o que fazer.
O mundo criado fica isolado nas entranhas dos pensamentos.
Nas palavras com pressa, que se atropelam entre si, mas que nada dizem, exceto pela confusão das ideias.
Não há clareza.
Há incertezas.
A força sucumbe e o ser se torna imune.
Imune à vida!
Da forma como é vivida.
Trabalho.
Rotina.
Família.
Problemas.
Sistemas.
Resta o casulo...

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

JUVENTUDE

O calor da juventude desabrocha na euforia!
A flor da pele se deixa levar, e o sentimento se põe a dominar.
Ora o sorriso floresce, ora desvanece.
Oscilação entre amor e humor.
Donos do mundo abraçam o desconhecido.
Arriscam-se nas veredas da imprudência.
Na pureza de seus corações, não percebem as traições.
São levados pelo coração alado, viajante dos céus.
Vivem nas nuvens!
Risos infestados de pureza, infectados de amor.
Não percebem a sutileza da vida, do quanto pode se impor.
Desprotegidos seguem sem prever.
Caem na distração, desprezam os “nãos”.
Desbravam o mundo com a coragem do sim.
E o futuro?
Só Deus sabe o que há de porvir.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O PASSADO NO PRESENTE

Estava caminhando quando ouvi uma voz me chamar.
Olhei pra trás e a pessoa não reconheci.
Perguntou se lembrava de si.
Era o passado que se mostrara ao meu lado.
Voltara ao acaso de uma caminhada.
Estava feliz a me ver, e eu sem saber o que fazer.
Com palavras saudava as lembranças.
Trazia novidades de tempos idos, das histórias vividas, dos momentos difíceis, de pessoas que haviam morrido, e de outras que ainda sobreviviam.
Contou um pouco de suas vidas e do quanto eram queridas.
A saudade lhe saltava aos olhos, nem disfarçar podia.
Fiquei perdida no centro das lembranças, e parecia mentira o que os meus olhos viam.
Tanto tempo já havia passado!
Por que agora estava ao meu lado?
Seria brincadeira?
O destino me dando uma rasteira?
Sei apenas que uma voz me chamou.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

VOLTAS QUE A VIDA DÁ

Nas voltas que a vida dá, nem sempre podemos a elas saudar.
Vaivém nos arrebatando, nos arremessando, como nau à deriva.
Sentimos o corpo fraquejar e a mente titubear.
Entorpecidos pela dor, navegamos em mares revoltos, lutando contra a maré.
Há o desconhecido adiante.
Não sabemos em qual ilha aportar, ou se tornaremos com a vida a sonhar.
Pois nos maltrata, nos joga, nos sacode para longe.
Cria caminhos difíceis de percorrer.
Traça metas que não almejamos.
Faz-nos reféns provocando danos.
Quanta volta à vida dá!
São tantas para poder chegar!
Quem sabe, a nenhum lugar ou, talvez, para o mar, para nele a alma poder lavar ou, em recifes, o corpo despedaçar.

RASCUNHOS ENCADERNADOS: SEM SER NOTADO#links#links

RASCUNHOS ENCADERNADOS: SEM SER NOTADO#links#links

DISTRAIDOS

Quando estamos distraídos, não percebemos a linha do horizonte.
Andamos absortos por vias de mão dupla, sem saber o que fazer.
A realidade passa despercebida, e só os pensamentos trafegam soltos.
É como se os pés saíssem do chão, e o corpo flutuasse por entre nuvens, sem se deixar absorver pelo mundo, vivendo o próprio segundo, voltado pra si.
Não há horizontes, não há linha.
Existe apenas o linear das ideias, de um mundo introverto submerso nos pensamentos, embalado pela distração, pela absorção dos sentidos, pelo mundo que criamos quando estamos distraídos.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

BEM ALI

Quando te vi se aproximando, senti meu corpo estremecer.
Fazia já algum tempo que não te via, e pensar que estavas bem ali, me fazia enternecer.
Em segundos viajei por longos caminhos.
Trazia à memória vultos de alegria, e tu estavas bem ali, perto de mim.
Quão bela é a vida que nos proporciona surpresas, e diz que nunca é tarde para se reviver.
Ao te olhar estavas aqui e acolá, nos meus pensamentos e no meu recordar.
Queria te abraçar, mas meu corpo estava lá no passado, embora, estivesses ao meu lado.
Os sonhos passam junto com a vida, e se renovam com o tempo.
Nem sempre podemos realizá-los, mas podemos, aos poucos, fustigá-los, persegui-los, como se persegue a felicidade, como aquela que estava bem ali.
Bem ali, pertinho de mim.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

NO REGOZIJAR DO AMOR

Nos teus seios regozijo o meu amor.
Já não sei o que sinto quando contigo estou, pois dos teus braços fiz meu aconchego, dos teus lábios meu desassossego.
A pele transpira os poros do amor que exala das carícias, dessas que me fazem submisso, e me arrastam na candura das vozes quentes, sussurradas no aguçar dos ouvidos.
O tempo é cumplice parando as horas no auge de suas batidas, e nada parece ter vida, exceto pelo nosso amor que propaga o som das súplicas, das palavras incontidas, das infindas idas e vindas.
É o desabrochar!
É o tilintar de sinos a tocar, mas só aos nossos ouvidos.
Como quimera aguçando a imaginação.
Como corpos vibrando na paixão.
Assim é o nosso amor.
Que vibra.
Que freme.
 Que inebria.
Que renasce todos os dias, e nos faz mergulhar nas fantasias.
 
 
1ª Seleta de Versos da Literatura Academiae Lima Barreto - Edição 2014.
 
Esta poesia foi selecionada para participar da 1ª Seleta de Versos da Literatura Academiae Lima Barreto - Edição 2014, promovida pela CBJE - Câmara Brasileira de Jovens Escritores do Rio de Janeiro.
Acesse o link:
http://www.camarabrasileira.com/selcolegiado14-003.htm
 
 
Sueli Dutra - Florianópolis (SC), 04 de Maio de 2014.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

REFAZENDO O CAMINHO

Refiz o caminho que havia percorrido a longos anos atrás.
Já não era mais o mesmo, embora retivesse os mesmos traços.
O passado retornara imponente em cada grão de areia.
Reluziam as lembranças como se nunca houvessem apagado, era o presente invadindo o passado.
Sem licença, trazia cada acontecimento como se fosse hoje.
Nostalgia matando saudades ainda não contidas.
Esperança no que já passou, como se pudesse alterar alguma
coisa, como se o tempo permitisse idas e vindas.
Fazia-se claro o que outrora era obscuro.
Rumos foram traçados por não haver luz de sabedoria.
Só os sentimentos conduziam, não obstante havia pureza.
O raciocínio não encontrava espaço mediante as emoções, e
as diretrizes foram delineadas.
Hoje, diante do resultado e revivendo o caminho, vejo o
quanto somos vulneráveis a vida.
Ela acontece sobrepujando às escolhas.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

PROXIMIDADE DA SOLIDÃO

Sempre que a solidão se aproxima, tudo parece muito distante.
A cabeça embaralha em meio aos pensamentos confusos,
misturando o novo com o velho.
Como organizar a mente se o coração está vazio?
É como se nada adiantasse diante das imagens distorcidas,
que se confundem ainda mais,
quando a solidão invade o espaço que não é dela.
Tantos foram os sonhos...
Tantas foram às expectativas...
O acreditar era uma constante.
Jamais se imaginava que haveria decepções,
cansaços desnecessários, desgastes inúteis,
porque a pureza habitava a alma, não deixava
enxergar a outra face do mundo, o
quanto é sombrio e sorrateiro.
Por isso, vez ou outra, a solidão invade, preenche o espaço,
desestimula a alma.
Traz o medo de nunca mais poder amar e confiar.
A natureza humana surpreende sem que possamos
nos prevenir, pelo ato de abraçar ou desdenhar.
Porquanto, retemo-nos na solidão.
 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

INTROSPECÇÃO

Absorta em pensamentos distantes, percebi o quanto as viagens podem ser feitas para qualquer lugar, e em qualquer distância remota, a qualquer tempo.
Trouxera pra perto de mim acontecimentos do passado como se ainda fossem palpáveis.
Embora revividos pelas lembranças, continuavam lá.
O desenrolar do tempo não poderia perpetuar nenhuma chama.
Estavam perto sim, mas só os pensamentos
poderiam trazê-los à tona.
Voltar não poderia, pois o tempo só o futuro enxerga.
É pra frente que ele anda!
Não importa se estamos presos no passado.
Ele não espera e nos arrasta para o futuro.
Querendo ou não somos absorvidos, só o pensamento terá o poder de retornar, em qualquer tempo, para qualquer lugar.
Viajar nas lembranças é sentir cada movimento
que outrora nos embalava.
É fazer com que tudo de novo aconteça.
Os personagens são recriados na esperança ilusória de revivê-los,
talvez mudar o rumo, responder algumas perguntas
que não foram feitas, entender o itinerário da vida, o
porquê de estarmos aqui ou acolá, de como poderíamos estar.
Mas a vida segue, e nas lembranças percebemos o quanto de chão pisou, e do quanto ainda há de percorrer.
Encarar o tempo, introverso, faz com que elevemos
a alma adiante do universo.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

HOSPEDEIROS DA ALMA

Saber conduzir o que vai na alma, nem sempre podemos.
Numa mistura de sentimentos vagueia a sutileza do ser.
Como espectro não representa, não solidifica o corpo,
mas a mente apressa-se em tagarelar.
Questiona a vida como se nela pudesse brincar.
Faz dos ouvidos meros audientes.
Dos olhos expectadores do que há de vir.
Da boca lábios querendo sorrir.
Mesmo assim a alma segue conduzida por si mesma.
Perdemos o que não podemos controlar.
Ganhamos a vontade.
Especulamos o vazio tentando achar o palpável numa alma
abstrata, onde a vontade é própria.
Onde não podemos visualizar, nem guiar, apenas portar
como simples hospedeiros.
 
Antologia de Poetas Brasilieiros Contemporâneos - Volume 110.

Esta poesia, ocupou durante algum tempo, a lista das mais lidas nos últimos dias no site da Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Foi selecionada para compor a Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 110 , ocupando a página 44.
 
Abraços.
Sueli Dutra.
 
 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

QUERIA ENTENDER

Pairava no ar um algo mais que o tempo deixara pra trás.
Parecia ter morrido que nunca mais se sentiria o olhar.
Mas, de volta estava sem se saber o porquê de estar.
Havia um mistério.
Um enigma que não se podia decifrar.
Guardou-se em silêncio por um bom tempo.
Embora o silêncio permanecesse os olhos falavam alto.
Faziam tanto barulho que eu me sentia mudo.
Queria entender.
Queria aos poucos saber se algumas palavras poderiam ser ditas, sem precisar conter.
Sem medidas.
Sem regras.
Sem “eu não gosto”.
Sem “eu não quero”.
Para que nada seja mero e que apenas possa acontecer.