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sábado, 1 de setembro de 2012

FUGINDO DA DOR


Na sinuosa estrada, com o pé no acelerador, 
tentava fugir da dor.
Para cada curva, lágrimas deflagravam o 
tormento da perda.
Os pensamentos embaralhavam-se sem 
entender às razões.
Diante da estrada, o novo!
Os pneus do carro cantavam o fim de uma história.
Corriam velozes em fuga ou em busca do desconhecido.
O asfalto queimava sob o sol abrasador 
refletindo, no corpo, o calor.
Nada parecia existir no final da estrada, 
ao mesmo tempo, tudo, era o que eu esperava.
Vida nova!
Mundo novo!
Mas na bagagem, marcas entre vestidos, saias,
blusas e colares.
Como se não fosse possível desfazê-las.
Como se para sempre fossem bagagem.
As lágrimas insistiam em cair.
Os cabelos revirados pelo vento no rosto tentavam 
secá-las num açoite sutil.
A desordem dos pensamentos contrariava o 
vento e avançava nas lembranças.
Parecia não haver esperança.
O pé continuava firme no acelerador.
Nada aplacava a dor.
O dia já dava lugar a noite.
Já se podia vislumbrar o luar.
Mágico!
Quem sabe essa magia possa me livrar da agonia... 
Refazer os sonhos... 
Limpar meu coração tristonho...
A estrada parece não ter fim, e eu nem sei 
o que será de mim.

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