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Sueli Dutra |
Esse conto não é fictício, é história real! Vale a experiência para que se reflita sobre há quantas anda, a índole do ser humano, do que é capaz de fazer para atingir seu intento, deixando de lado todo e qualquer sentimento de respeito e consideração pelo próximo e, consequentemente, por si mesmo.
Foi numa tarde de inverno, num varal e sarau literários, que
a moça sentiu-se observada por um homem com aparência austera, e de um mistério
ímpar.
Em meio aos sorrisos, e vozes misturadas ao barulho do
lugar, o homem se fez notar com poucas palavras.
Procurava saber algo mais sobre aquela moça, de forma que
pudesse comunicar-se com ela o mais breve possível, porém, nada conseguira.
A moça, embora omissa, mal conseguia esconder o que aqueles
olhos lhe faziam sentir ao observá-la com tanto cuidado.
Não podia negar que se sentia tocada.
Mesmo assim, ignorou o interesse daquele homem, e permaneceu
discreta.
A tarde acabara, mas nada ficara esclarecido.
Permanecia a dúvida sobre o que aquele homem queria dizer no
olhar...
Foi difícil negar que também sentira algo mais, ao mesmo
tempo, sentia que um dia viria ao seu encontro.
Alguma coisa mudou naquela tarde, porém, nada aconteceu.
Passaram-se alguns meses, e a lembrança daquele homem não saíra
de sua cabeça...
Quando já contava, exatamente, um ano, recebera um e-mail
que pedia uma confirmação: se era ela a moça que um dia ele conhecera numa
tarde, num varal e sarau literários, e que a procurava por todo esse tempo.
A moça ao ler, mal cabia em seu próprio corpo, pois a
euforia lhe tomara conta.
Previa que ele viria, só não tinha percebido, que um ano se
passou.
O homem se disse apaixonado, solitário, e com o coração desocupado
à espera da moça que sem nada fazer, o encantara naquele dia.
Falou da sua beleza, da tristeza que viu em seu olhar, da
voz de tom baixo, prenunciando suposta decepção vivida, e da forma carinhosa, a
qual tratava sua filha, (a moça estava com sua filha no sarau).
Poemas apaixonados e apaixonantes lhe dedicou.
Falou de seu amor, do quanto a havia procurado, e feito um
louco estaria disposto a bater de porta em porta, até encontrá-la.
Falou da inspiração provocada, e que nunca ninguém o havia
inspirado tanto!
Começara aí, suposta linda história de amor.
Por dois meses aquela moça vivera os melhores dias de sua
vida!
Acreditava ter encontrado seu grande amor.
Mas, o seu amado se disse com problemas sérios de família,
tornou-se ausente e pediu compreensão.
A moça acatara seu pedido e procurou compreender o máximo
que pode.
Contudo, não dava para compreender o silêncio, as poucas
palavras nos e-mails trocados, à falta de encontro nem que fosse para dizer: -"Estou
aqui".
Tudo ficara confuso.
Até que um dia, ela recebeu um e-mail de uma pessoa dizendo:
"Para que saibas"...
Nele a verdade se fizera presente.
Falava de amor.
Falava de um grande amor.
E, que não era o dela.
Não era daquele homem por ela.
Era daquele homem por outra.
Descobriu-se também que era casado.
A moça era a "outra" da "outra" que lhe
mandara o e-mail!
E essa, por sua vez, encontrara os e-mails que
ele trocara com aquela moça, e enlouquecida, o pressionou em nome da verdade, e ele respondeu, com desdém,
sem titubear:
-
Aquela "mulher" (a moça), foi apenas, um "deslize"!
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