(Homenagem Póstuma)
O caixão estava ali.
O corpo inerte era o de minha
mãe.
Vim de longe para a cerimônia
fúnebre realizar.
Tomei à frente.
Subi ao púlpito e pus-me a falar.
Cumprimentei a todos que na
Capela deveriam estar.
Vi parentes que há muito não via.
Mencionei a peculiaridade de
alguns.
Falei até do sorriso franco de
Sueli, sua marca registrada.
Mencionei a vida da forma como
ela se apresenta do que nos oferece.
Como Pastor que fui falei às ovelhas.
Quis resgatar alguns valores.
Ali diante do corpo inerte de
minha mãe quis unir a família.
Dizer do quanto necessitamos um
do outro.
Do quanto é vago nossos dias.
Da preciosidade que eles têm.
Da pequenez de rusgas inúteis.
Da grandiosidade do ser.
De servir mesmo sem o outro
merecer.
Da frequência do perdão.
Do quanto enaltece e edifica!
O momento era de dor, mas,
reunia.
Trazia à tona lembranças e
nostalgia.
Fazia saber do quanto a vida é
breve.
Não importa que passe vinte ou
cem anos, ela é breve!
Os anos são os que menos importam.
Vivenciar o aqui e o agora é o
que faz a história.
Tudo disse diante do corpo de
minha mãe.
Misturava tristeza com alegria.
Até sorri algumas vezes.
Mal sabia...
Que dali, passados meses e dias,
um ano.
Era ali que meu corpo jazia.
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