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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

SILÊNCIO DA MANHÃ


No Silêncio da manhã, embalada pelo acorde dos 
pássaros, realinho os pensamentos na 
esperança de neles te encontrar.
Imagino teu semblante sério e teus olhos 
ao rosto iluminar.
Estes não escondem o que por dentro há.
Delatam sentimentos muito bem guardados uns bons, 
outros ruins, mas que não sufocam os que, ainda, 
estão por vir, pois, procuram.
Procuram o que não se dão conta.
Procuram o que lhes façam saltar, vibrar, brilhar.
Os olhos nem sempre acham porque muitas 
vezes não conseguem ver.
Procuram ao longe, na distância em que há esperança.
Não veem o quão perto possa estar e que de 
tão perto não há como enxergar.
Entregam-se ao desalento de uma busca sem fim, 
carregando o semblante, esmorecendo 
os ombros.
Tudo dizem ao olhar.
Nada dizem ao falar.
Preferem o silêncio da manhã embalada pelo acorde 
dos pássaros e em pensamentos 
aos sonhos se entregar.

domingo, 26 de agosto de 2012

MONTANHAS


Ao contemplar as montanhas em sua exuberância 
testemunho o milagre da natureza.
O quão belo são e o quanto de mistério guardam 
em suas entranhas.
Ao olhar à distância vejo um só espetáculo.
Mas, na proximidade de sua beleza, muitas são 
as composições intrínsecas.
Serras, cordilheiras, Alpes, cachoeiras, rochas escarpadas, despenhadeiros, árvores de toda espécie, enfim, farturas 
da natureza numa única visão.
Perco-me na contemplação.
Exalto os sonhos nas inigualáveis oferendas 
não aos deuses e sim aos meus olhos 
perplexos por sua beleza.
Deixo-me perder no barulho das sinuosas cachoeiras 
e molho meus pensamentos num enlevar 
de candura na doce brancura das águas alvissareiras.

TAGARELICE DO SILÊNCIO


Quantas coisas podem ser ditas no calor do silêncio?
Nem mesmo as palavras conseguem dizer.
O silêncio balbucia vozes interiores.
Inibe o vocabulário em seus mais profundos teores.
Surpreende.
Cria incógnitas.
Desfaz expectativas.
Inibe prerrogativas.
O silêncio nos deixa tenso.
Torna-se imenso ao falar.
Quieto ao retrucar.
Diz tudo sem nada dizer.
E não há como esconder sua tagarelice.
Pois das palavras foge, mas, sucumbe na evidência.
Panorama Literário Brasileiro - As melhores poesias de 2013


Selecionada para compor este panorama literário, entre mais de mil
concorrentes no ano de 2013. Poesia: Tagarelice do Silêncio - Pág.121.
Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos


Você a encontra, também, na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 97 - Página 92. 
Link: http://www.camarabrasileira.com/apol97-065.htm

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

CAMINHADA


Caminhava...
Na distração de meus pensamentos jazia o 
medo do porvir.
Nada mais abalaria os passos adiante.
A vida trouxe ensinamentos e com eles a força 
para viver o futuro.
Não importa se os dias são frágeis, pois a 
exuberância do sol a cada amanhecer fortalece 
o ânimo de se viver.
No caminhar passadas firmes.
No rastro as pegadas tatuam o solo.
Mesmo em meio ao concreto não há como apagá-las.
Invisíveis não quer dizer que dizer que não 
estejam lá, pois há que se firmar o caminho.
Realizando os sonhos ainda guardados.
Mensurando o valor das lutas.
Ratificando as vitórias.
Empunhando troféus.
Não há como parar no meio do caminho.
Ao caminhar os pensamentos vagueiam.
Ao vaguear voltam a sonhar e nada há que se temer.
Apenas viver.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

CONVITE PARA PARTICIPAR DA ANTOLOGIA "FALANDO DE AMOR"

Sueli Dutra

Olá Pessoal!

Abaixo está o convite para participar da antologia "Falando de Amor". Conto com a presença de todos, pois, participo com quatro poemas. Será uma honra tê-los prestigiando não só a mim, bem como, todos os participantes. 

Um grande abraço.




RECLUSÃO



Na calma dos dias em reclusão refiz a linha 
do tempo e o meu coração.
Busquei ao longe os acontecimentos.
Passado e presente se misturam.
Na composição dos dias, as horas brincam 
desatentas em contraste com o 
tempo que não para.
Traz o desalento de dias mal vividos.
O contentamento de amores revividos.
Nuance de cores sobrepostas colorindo o vazio 
de uma alma que está exposta.
Em reclusão acautelo o meu coração.
Revivo, mas, dou um passo adiante.
Sigo a trilha que me leva às maravilhas.
Não quero.
Não posso.
Não devo mais chorar, exceto, por alegria.
Assim passam os dias.
No desatento brincar das horas refaço 
a linha do tempo.
O que passou, passou.
O que vivi, ficou.
O futuro eu construo.
O presente é o que tenho e sou.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

MARIA EMÍLIA PEIXOTO

Sueli Dutra
Esta mulher foi um exemplo de dedicação, sabedoria e altruísmo. Esposa de Orlando Peixoto, foi minha mãe de criação. Devo a ela muito do que sou. Companheira fiel, me amava de forma incondicional e sua vida foi dedicar-se não só a mim, como a outras pessoas da família, as quais, também lhe foram filhos e filhas. Muito me faz falta nos dias de hoje, pois, sempre se manteve presente nos vários momentos de minha vida com seu carinho, amor e preocupação. Me amava de forma a sempre me colocar para o alto, me impulsionando com seus elogios e admiração pela minha pessoa.. Foi minha mãe de verdade! Quisera poder homenageá-la, não de forma póstuma, mas presente como sempre foi em minha vida. Infelizmente, não deu tempo ou eu não tive discernimento para fazê-lo antes de sua partida. A ela meu eterno amor, respeito, admiração e gratidão. Está sob a luz de Deus, com certeza!

Sueli Dutra - 12/08/2012


Maria Emília Peixoto

Mulher de fibra, elegante e sábia.
Aos seus dedicou-se com amor e sabedoria.
Refez a vida repetidas vezes nas inúmeras batalhas sofridas.
Incertezas rondaram o seu caminho.
A vida não lhe foi fácil. Aguerrida transpunha todos os obstáculos.


Em meio às tempestades, sua fé em Deus era seu escudo.
Mãe de quem não escolheu cumpriu seu papel com louvor.
Indulgente presenteou com o perdão àqueles que lhe disseram não.
Luz para quem dela se aproximasse cativava a todos com seu amor.
Iluminando os dias sob as bênçãos dos céus.
Amada por todos era o alicerce, o ponto de partida e chegada.


Plena em referência, educação e boas maneiras.
E exemplo a ser seguido.
Icone para quem procurava uma direção.
X era a marca trazida em seu peito.
Onde expressava “amar ao próximo como a si mesmo”.
Traduzindo solidariedade, fraternidade e amor.
Onde só quem ama pode manter acesa a chama.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ABRAÇAR O MUNDO


Quantas vezes tentamos o mundo abraçar e só o que 
conseguimos é a ele contemplar?
Tentamos caminhos curtos, menos tortuosos e 
que nos poupasse tempo, mas nada facilitou o 
que o mundo nos ofertou.
Houve muitas lutas.
Tantas outras nas disputas e pouco se conquistou.
De braços abertos nos chama e nos proclama senhor, 
mas o que faz é brincar de amor.
Esse mundo bicolor que traz nas cores o preto e o branco.
É ou não é.
Ser ou não ser.
Crer ou descrer.
Crescer e viver.
Não há como o mundo poder abraçar se, nele, não 
podemos estar.
Esse mundo que só o que faz é nos enganar.
Brinca de esconde-esconde, nos chama pelo nome 
e depois sorri.
Sorri de ti, de mim, de nós.
Revela o quanto é atroz.
Mundo injusto.
Mundo cruel
Um dia serei senhor e lhe mostrarei o quanto 
vale um amor.
Quisera poder te abraçar e de ti ser redentor.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

AO MEU REDOR


Sempre soube de ti.
Que às escondidas zelas por mim.
Que cuidas do meu coração, mesmo que muitas 
vezes te tenha dito não.
É escudeiro.
É galardão.
Disfarças a atenção pra não te fazer notar.
Tampouco me olhas pra que não haja flagrar.
É meu anjo.
É meu guia a me livrar das agonias.
Nunca me abandonas e aos problemas solucionas.
Vives em derredor me protegendo do pior.
Nunca soube nesse mundo o que pode ser melhor.
Saber que nunca estou só.
Ou que, simplesmente, estás ao meu redor.

domingo, 12 de agosto de 2012

ORLANDO PEIXOTO


Sueli Dutra
Esta homenagem póstuma faço ao meu pai de criação. Na verdade era meu tio, irmão de minha mãe Iolanda. Ele com sua esposa, Maria Emília, me educou e ensinou exemplos de humildade, dignidade e muita sabedoria nas situações adversas que a vida, de uma forma ou de outra, sempre impõe. Me orgulho desse homem que, embora, não esteja mais entre nós continua vivo em meu coração e nas lembranças que tenho guardadas em minha memória. A ele meu mais profundo respeito e gratidão. Que Deus esteja com ele para todo o sempre!

Sueli Dutra - 12/08/2012 ( Dia dos Pais)


Orlando Peixoto

O tempo jamais sua imagem apagará.
Reluzirá seu brio por toda a eternidade.
Lutas foram travadas em sua vida, não foram poucas.
A plenitude de suas ações lhe renderam galardões.
Nunca haverá outro igual.             
Da vida mais ofertou do que ganhou.
Oponente das injustiças fez-se guerreiro pelo bem.

Pai e avô por opção ultrajou a vida quando esta lhe disse não.
Exemplo de sabedoria mesmo com pouca instrução.
Instigou a coragem para inibir os medos.
Xis de todas as questões, da vida tirou lições.
O mundo reclama sua presença. Não é mais o mesmo.
Traz o vazio da sua ausência e suplica para que outrem possa existir
O tempo consolidou a imagem de um homem que só foi esplendor!

PAI


A gente nunca se dá conta quando é criança 
do que é ser um pai.
Sabemos o quanto queremos a presença, mas não 
sabemos da importância dela.
Vivemos sob sua proteção e, nem por um instante, 
sentimos o perigo.
Porque não há solidão.
Estamos sob os cuidados do paizão.
Este que nos conduz.
Que trabalha sob a luz do sol até o anoitecer 
para nos dar o que comer.
Que sacrifica seus dias em busca do melhor 
para que nada seja pior.
Que não dorme enquanto não chegamos.
Que zela por nosso sono.
Que se entregue ao abandono de si mesmo.
Que esquece seus sonhos para viver os nossos, 
nos ver crescer e na  vida renascer 
como homens feitos.
Sem se importar com nossos defeitos e apenas educar.
Não há nada melhor nesse mundo do 
que um pai a zelar.
Obrigada meu pai!
Pra sempre irei te amar.

sábado, 11 de agosto de 2012

AMARRAS


Quando pensamos estar livre de amarras mais presos 
nos sentimos em nossos sentimentos.
Desfazemos os contratempos, mas não adiantamos 
os passos.
Relutamos ao procurar entender.
No fundo não querermos sofrer.
Mesmo assim, a vida se impõe.
Determina os acontecimentos, refaz os contratempos 
e sorri ao nos ver chorar.
As amarras já não mais nos importam diante 
do que a vida impõe.
Em “check” titubeamos nas dúvidas.
Tropeçamos nos lamentos e driblamos os sentimentos.
Vivemos sem razão contornando a exaustão.
Exaustão pelo cansaço da fuga.
Fuga por não entender que da vida não podemos correr.
Melhor desprender e as amarras suceder.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

MELHOR ACORDAR


Ao te encontrar em meus sonhos estava diante 
do desconhecido.
Trazias na face um semblante carregado de incertezas.
Fitavas meus olhos como a querer neles penetrar e 
aos meus segredos desvendar.
Tua insegurança não permitia o óbvio enxergar.
Não havia segredos.
Havia alguns medos e esses não eram meus.
Eram teus.
No calor da emoção, mesmo com os sentimentos em 
reclusão, percebia teu coração em agonia.
Não te mostravas.
Apenas me olhavas.
Em meus sonhos teu amor vislumbrava.
Mas na certeza das tuas dúvidas conclui que, desse sonho, 
era melhor acordar.

NO ECOAR DAS BATIDAS


O espaço obsoleto de um coração solitário 
é preenchido por batidas disformes 
num descompasso de dor.
Traz o vazio de uma alma aturdida pelo 
silêncio destas batidas.
Nada parece a vida refazer, pois, não 
há o querer.
Nem o querer ter.
Tampouco o querer ser.
Um turbilhão de pensamentos afogados 
na desesperança.
Quem dera renascer a criança.
Recomeçar.
Novos sonhos poder propagar e 
a vida poder abraçar.
Mas o descompasso das batidas diz que 
a alma está ferida, 
o coração desolado e o corpo pela dor ornado.
Já não há o vislumbre dos sonhos.
Sim há um coração repleto de espaço 
vazio, barulhento nas batidas 
a ecoar no silêncio.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

BARULHO DAS ÁGUAS


O barulho das águas a descer pelas pedras eleva 
o pensamento aos mais altos dos sonhos.
Consente viagens febris.
Retrata amores varonis.
Conduz os passos para o infinito e já não 
há fronteiras.
Somente o entrelaçar de almas verdadeiras, 
num borbulhar de emoções a confundirem-se 
com o barulho das águas navegando em sonhos.
No farfalhar das folhas que brincam no regozijar do vento,
não há espaço para medir o tempo.
Só um coração solto navega em águas revoltas, 
escala montanhas e rola na superfície de um campo repleto 
de flores campestres no redescobrir do sim.
Ao perpetuar os sonhos deixa de ser tristonho e 
apura o ouvido para o barulho das águas a rolar 
por entre as pedras do caminho.
Caminho que conduz.
Caminho que só traz luz.
Que permite.
Que consente e viaja nessa vertente.
O barulho das águas a descer pelas pedras eleva o 
pensamento aos mais altos dos sonhos...

domingo, 5 de agosto de 2012

CONTO DO MEDO





Era final de festa.
A moça não tinha carro e, por isso, pegou carona com 
duas amigas: mãe e filha.
No trajeto de volta pra casa, a conversa transcorria 
animadamente, até que a mãe comentou a dor que sentia no joelho.
Dor profunda, já de muitos anos.
Sentia-se quase impossibilitada de andar.
A moça a aconselhou que fizesse cirurgia.
Ela respondeu que tinha muito medo, que não tinha coragem.
A filha retrucou dizendo que sua mãe deveria perder o medo.
A moça concordara dizendo que a fé em Deus tudo curava.
A carona chegou ao fim.
Dois ou três anos se passaram...
Até que a moça, um dia, recebera a notícia de que aquela mãe, 
mesmo com medo,
e pra se livrar da dor, submeteu-se à cirurgia.
Houve um erro médico.
A perna foi amputada.
O coma... Induzido.
O corpo... Falecido.
Venceu o medo.