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domingo, 18 de março de 2012

ASTRO-REI


Antes que o sol escureça apresso-me

para sob seus raios estar.

Abro os braços,

ergo a cabeça,

fecho os olhos,

respiro fundo,

aspiro o ar.

Sob sua luz quero ficar.

Por momentos, me encontro a vagar.

No aquecer, agora tímido do sol,

relaxo corpo, alma e coração.

Suplico para que seus raios invadam meu ser,

e a minha alma venha guarnecer

 reluzindo de prazer.

Nesse aconchego entrego-me a sua altivez.

Reverencio o astro-rei e me delicio

na generosidade de sua luminosidade.

Ao brilhar pra mim, recarrega minhas

energias, aquecendo-me todos os dias.

Quando não está manda a chuva

dizer que em breve irá aparecer e,

por assim dizer, voltará.

Por ele posso esperar.

O astro-rei, ainda, haverá de voltar!


 

quinta-feira, 15 de março de 2012

DESCONHECER


Por toda parte encontramos
o desconhecido.
Quando buscamos algo,

revelamos desejos ocultos,
fragmentamos os insultos e
trazemos à tona a leveza.
Nada de esperteza!
Pois, o desconhecido faz-se
conhecido e revela-se destemido.
Não há o que fazer quando a vida

quer acontecer.
Encarar os fatos, perseguir finos tratos,
fazer por merecer,
faz a vida, de novo, estremecer
e ao desconhecido se ater.
                                                                                         

REFÉNS



O quanto haverá ainda de nos surpreender a vida?

De tudo que nos ensinam poucas são as lições

que refletem os sonhos.

Muitas são as miragens.

Brincam à nossa frente, parecendo reais.

Rumamos firmes a passos largos,

na expectativa inútil de alcançá-las,

mas, sequer, são sonhos.

São apenas miragens.

Fruto de desejos.

Fruto de ilusões.

Fruto de tentações.

Na imaginação somos livres,

e por sermos livres, construímos

amarras invisíveis.

Caímos na própria rede!

Culpamos alguém.

De nós mesmos nos tornamos reféns.

Nas amarras da ilusão, a liberdade

brinca aos nossos olhos, finge ser real

e não há o que fazer.

Estamos presos!

TODA VEZ



Sempre que te vejo dispara em mim

o desejo de te amar com muitos beijos.

Penso em jogar-me em teus braços,

arrancar de ti o cansaço, e aliviar

qualquer dor, que possa enfraquecer nosso amor.


Ouvir de ti mil histórias,

que tragam à memória,

detalhes de felicidade, ao viver o amor,

sem o menor pudor.


Sentir que no teu aconchego posso

extravasar os chamegos, que há muito

reservei, e que pra ti guardei.


Dizer que sou tua.

Que me encontro nua.

Que não há segredos.


Que tenho alguns medos, mas os guardo

no desassossego do meu coração.

Que busco todo dia, me envolver na fantasia

de driblar tua ausência, fingindo uma

dormência de sentimentos, onde a qualquer

momento, poderão emergir

e desencadear uma grande explosão!


Assim estás por todo o meu corpo,

alma e coração.

Todo vez que eu te vejo...

Dispara em mim o desejo.


sexta-feira, 9 de março de 2012

O VENTO UIVAVA O LAMENTO



A fúria do vento trazia ao rosto o açoite da

poeira que do chão levantava.

Parecia querer flagelar o pranto que da face

escorria como a livrar-se da agonia numa

imensa ventania.



Ao som de tudo o que arrastava nada sobrava.

Somente o calar para ouvir.

Ouvir o uivar do vento, na tagarelice das folhas

das árvores a balançar.

Nada parecia ficar no lugar, pois o vento, este,

não queria deixar de soprar.



Cutucava a tez umedecida como a oferecer guarida,

pelas tantas mazelas sofridas.

O arrastar pelo sopro forte parecia limpar tudo,

trazendo à tona o que havia de mais profundo.



Embora parecesse inimigo, limpava as feridas,

assim como faz um verdadeiro amigo.

O vento uivava o lamento.

Imponente e poderoso fazia-se ouvir na tentativa

insana do coração calar para a mente escutar.



TEMPO E VIDA

 


 O tempo já não dizia nada,

 quando a vida passava sem nada dizer.

Pareciam cúmplices, mesmo sem ser.



Tanto faz o dia, quanto a noite,

não eram suficientes para suprir

o que o tempo poderia dispor para a vida.
 
Esta, mais do que o tempo,
  
só sabia vencer os contratempos.



Defendia-se.

Debatia-se.

Mas não saia da agonia.



    Sufocava os sonhos,
  
 enquanto o tempo

se fazia medonho.

Avançava de todas as formas.




Ora lento.

Ora frenético.

Ora tenso.

Ora patético.



A vida embora quisesse não

depender do tempo, não poderia

existir sem nele ou com ele estar.
 
   Bastava olhar.
 
O tempo se fazia notar!



E embora não dissesse nada,

e a vida nada quisesse dizer,

tanto um quanto o outro,

apenas, se deixava acontecer.



Não havia o que dizer.

Apenas, viver sem o tempo perder.

Sem deixar a vida desfalecer.


AMOR SUFOCADO


Quando vi que não estavas

senti que um grande vazio se instalara.

Cada cômodo da casa

guardava um pouco de ti,

e tua presença ainda podia sentir.


Foram anos de convivência.

Para cada um,

diferentes histórias de vida.

Pequenos gestos.

Pequenas atenções.

Coisas simples, corriqueiras que

só quando perdemos é que

percebemos a grandeza.


Lembro-me das vezes em

que, ao acordar, a mesa estava posta

com suco de laranja feito

às portas fechadas, para que eu não

acordasse antes que estivesse pronto.

Apesar disso, houve desencontros.

Nunca confrontos.


O sentimento tornou-se confuso,

trafegava obscuro nas veias e

se enveredava pelas teias

sutis de amores febris.

O diálogo não existiu

O amor desistiu.


O que era proibido legalizou o pecado.

Quando achasses que estavas livre,

te acorrentasses ao amor

que houveras sufocado.

quarta-feira, 7 de março de 2012

ENCONTRAR ALGUÉM

Caros leitores, amigos e seguidores, este poema é um pouquinho extenso,  mas, vale à pena lê-lo com entusiasmo e atenção. A inspiração aconteceu de abrupto, peguei um papel e comecei a escrever sem parar. Não tinha como deixar de lado nenhuma vírgula. Acredito que muitos de vocês irão se identificar nem que seja, com um único verso.Quando se trata de amor, o sentimento é universal e quase sempre sentimos as mesmas coisas, embora, as histórias possam ser totalmente diferentes. Leiam com carinho e se puderem, por favor, deixem seus comentários aqui no Blog. 
Um grande abraço a todos. Sueli Dutra - Florianópolis - 07/03/2012.

 

Quando a vida, sem que esperemos nos presenteia,

ficamos sem entender ou medir, o quanto significa.

Aos pouquinhos a ficha cai, e quando nos damos conta,

podemos mensurar o tamanho da benção que

recebemos.



Estar sozinho e, de repente, encontrar alguém,

é como pássaro preso que consegue a liberdade,

tenta alçar voo, nem sabe mais como fazê-lo,

bate asas sem direção, no desnorteio.



Estar sozinho e, de repente, encontrar alguém,

é fazer com que os dias se tornem únicos,

como se fossem os últimos,

como se jamais fossem se repetir.



É estar saciado sem comer.

É ganhar sem precisar perder.

É arder sem desvanecer.

É suprir sem ter que reprimir.



Estar sozinho e, de repente, encontrar alguém,

 é sentir o corpo mudado.  Alterado.

É dar um nó na cabeça.

   É se redimir da sentença.

   É ter medo do desconhecido.
 
É sentir-se atrevido,

inseguro, medroso, imaturo.



Estar sozinho e, de repente, encontrar alguém,

é fazer da base o alicerce.

É criar com inspiração.

   É curtir a emoção.
 
É desfalecer de tesão.
 
Sentir o cheiro, a pele, o corpo.



Estar sozinho e, de repente, encontrar alguém,

 é conspiração dos deuses.

É solidão vencida.
  
É emoção sentida.

    É alma guarnecida.



A cabeça endoida.
  
O corpo pede.

     A alma sente.

     O coração consente.



As dúvidas multiplicam-se.
  
O medo é companheiro.

     A insegurança, mordaz.

 

Estar sozinho e, de repente, encontrar alguém,

faz querer desistir de tanto medo.

Medo de amar de verdade.
  
De se entregar

    De não encontrar.
  
Da felicidade.
  
De correr riscos.

    De perder.
  
Medo do confisco!



Estar sozinho e, de repente, encontrar alguém,

faz com que a segurança fique insegura,

a esperança imatura.

O coração temente, inocente, ardente, prudente.
  
O coração se angustia, quer, pede, chama, inflama.



Estar sozinho e, de repente, encontrar alguém,

é não caber em si de tanto bem.

     É sentir dor, sem se ferir.
  
É querer pra si,
  
É aturdir.
  
Aturdir na chama dessa paixão.
  
Descontrolar a emoção.

     Desnortear o coração.



É não sentir os dias.
  
É tremer só de pensar.
  
É atrever.
   
É arriscar.



Estar sozinho e, de repente, encontrar alguém,

é sair de si.

     Balançar toda a estrutura.

     Dar fim na amargura.
  
Nesse amor que imacula!