A noite vem de mansinho feito o orvalho, que cai,
devagarzinho, umedecendo a relva receptiva...
O casaco preto, felpudo,
esconde por baixo um pseudo-mundo,
onde só os amantes são profundos.
Submergem na fantasia do que o casaco escondia
e a noite torna-se vadia por horas e horas de intensa estripulia.
Os corpos encontram-se, misturam-se aos excessivos
carinhos, mergulham na taça com vinho,
e se embriagam na embriaguez do amor.
No louvor das vozes entorpecidas pelo prazer,
que sussurram o querer, o ser,
o ter e não se consegue entender como pode ser...
Há uma mistura do amor com o prazer.
Do Divino com o profano.
Do lúcido com o insano.
E tudo fica sem plano, porque tudo foge ao engano
de amar sem que a vida seja condoída
pela opressão desse amor.
Numa liberdade extrema, e ao mesmo tempo
cativa ao limite de quatro paredes,
que a tudo assistem sem nada dizer.
Registram todo e qualquer movimento.
Testemunham os momentos em que dois se tornam
um e, ambos, se tornam vários,
nos vários delírios dessa embriaguez.
Olhos nos olhos.
Mãos nas mãos.
Coração com coração.
Corpos em comunhão.
Em meio aos acordes dos sons emanados
nada foge ao agrado de estarmos lado a lado,
em cima,
embaixo,
de frente,
de costas,
na frente e atrás...
Tudo nos satisfaz e tudo nos apraz na sinfonia desse amor.
São movimentos harmônicos, numa dança sem melodia,
onde as vozes fazem o som e o som está no
melhor tom das cores em harmonia.
No colorido dessas cores, os sonhos são como flores,
que falam sem nada dizer e nos dão a certeza que
desse amor, muitas haverão de florescer!
Assim é e deverá ser!
Amar sem desfalecer!
O casaco preto, felpudo, fecha-se no próprio
mundo a espera de um novo anoitecer...
Assim é e deverá ser.
Nosso amor é puro prazer!
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