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domingo, 20 de maio de 2012

MR. EMUS

Estava tudo tão deserto em meio à multidão.
Corpos frenéticos agitavam-se ao som da melodia.
A solidão presente.
O vazio presente.
O horizonte... Ausente.
Nada fazia sentido.
Entre o agito e o recôndito, a vontade louca 
de conhecer alguém, porém, quem?
Nada mais fazia sentido...
O mundo estava ali, e diante da cegueira 
não podia ser visto.
As possibilidades esgotadas.
As emoções retidas.
Os olhos não conseguindo ver a luz 
fosca intermitente.
Por onde eu andava?
Caminhos sem volta?
Solidão que eu mesmo construíra?
Por onde eu andava?
O show estava ali.
Acontecendo.
Vibrando.
Eu fazia parte dele.
Tocava.
Cantava.
Não me achava!
Também não procurava...
Estava vazio... 
Vazio de mim, de outras pessoas.
Sem que notasse, de abrupto, uma luz apareceu 
vinda não sei de onde, como se fosse dirigida, 
como se fosse pra mim, como se 
fosse brasa desnuda das cinzas.
Naquele momento, a esperança renovada!
O brilho intenso nos olhos.
O reflexo puro da alma, que já não parecia existir.
O meu eu refletido na vontade de ter, ver, querer.
Querer estar nos braços dessa luz.
Sentir o afago do calor.
A energia do fervor.
O coração aquecer.
O amor renascer.
Quero permanecer assim.
Quero que venhas pra mim.
Quero me achar pra me perder em ti.
A vida te trouxe assim.

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