Estava
tudo tão deserto em meio à multidão.
Corpos
frenéticos agitavam-se ao som da melodia.
A
solidão presente.
O
vazio presente.
O
horizonte... Ausente.
Nada
fazia sentido.
Entre
o agito e o recôndito, a vontade louca
de conhecer alguém, porém, quem?
Nada
mais fazia sentido...
O
mundo estava ali, e diante da cegueira
não podia ser visto.
As
possibilidades esgotadas.
As
emoções retidas.
Os
olhos não conseguindo ver a luz
fosca intermitente.
Por
onde eu andava?
Caminhos
sem volta?
Solidão
que eu mesmo construíra?
Por
onde eu andava?
O
show estava ali.
Acontecendo.
Vibrando.
Eu
fazia parte dele.
Tocava.
Cantava.
Não
me achava!
Também
não procurava...
Estava
vazio...
Vazio de mim, de outras pessoas.
Sem
que notasse, de abrupto, uma luz apareceu
vinda não sei de onde, como se fosse
dirigida,
como se fosse pra mim, como se
fosse brasa desnuda das cinzas.
Naquele
momento, a esperança renovada!
O
brilho intenso nos olhos.
O
reflexo puro da alma, que já não parecia existir.
O
meu eu refletido na vontade de ter, ver, querer.
Querer
estar nos braços dessa luz.
Sentir
o afago do calor.
A
energia do fervor.
O
coração aquecer.
O
amor renascer.
Quero
permanecer assim.
Quero
que venhas pra mim.
Quero
me achar pra me perder em ti.
A
vida te trouxe assim.