Esmiuçar a vida é como se perder em
desvarios.
No recôndito, redescobrir começos, fontes e
fins, até que perdure o fôlego.
Sem que haja o remendo dos desenlaces ou,
qualquer coisa, que aos medos se encaixe.
É como vivenciar o passado em meio ao
presente.
Redefinir o indefinível.
Apalpando a memória em suas paredes.
Tramando os sonhos como se fossem redes.
Tropeçando em seus próprios passos.
Fustigando os sentidos em pedaços.
Numa busca infinda do que foi, é, ou, ainda,
pode ser.
É muito querer!
É atrevimento demais.
Não se pode voltar atrás!
A vida segue sem que haja volta.
Numa conduta que só a ela importa.
Levada pelo tempo que pra frente segue, e
persegue, quando não para.
Nos desatinos desse esmiuçar, a certeza, do
que já foi e não se pode mais alcançar.