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terça-feira, 3 de junho de 2014

UM HOMEM


Quando te vi pela primeira vez, senti algo diferente.
Não sabia explicar bem o quê, mas havia um algo mais,
que todos podiam ver...
Vi à minha frente, um homem observador, austero, discreto, inteligente,
sociável e com uma magnitude indisfarçável!
Senti que, ao vê-lo, algo diferente preenchia meu interior,
num misto de ansiedade e inquietude...
 Meus olhos, por mais que tentassem, não escondiam
o desejo de te olhar, e
 percorriam lugares vagos na inútil tentativa de disfarçar.
Não precisava palavras, bastava apenas olhar.
No olhar, o segredo desnudado, onde o impossível
era não ser desvendado...
Qualquer um via.
Qualquer um notava.
Mas o silêncio, predominava.
O segredo fez de conta que era segredo.
O tempo ao teu lado encurtou o espaço entre duas almas.
Trouxe o contentamento e a saudade antecipada.
Não sabia que se transformaria em agonia.
Uma agonia que perseguia a esperança de te ver de novo.
De lutar contra pensamentos vadios, que traziam
à memória teu semblante viril.
Que armazenava no peito a ofegante sensação da
vontade de te rever um dia.
Um dia desses, em que a gente nem imagina,
que o amor esteja tão próximo,
 e que de repente, surge a nossa frente,
como bálsamo para nossas feridas.
Curando tudo!
Transformando tudo!
E fazendo do tudo, o nada diante da grandeza desse amor.
Tua ausência reteve esse amor.
Diante de mim, havia apenas a lembrança de um homem que,
mesmo sem saber,
me deu a certeza de que, um dia, iria me ter.
 
 

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