INCANDESCÊNCIA DA ALMA

Na chama que inflama a alma, nada pode desalentar os sonhos.

Acesos estão pelo fulgurar da paixão.

Estonteiam a vida, transfiguram o coração!

No embalar dos devaneios o sentimento é singular.

Único, trafega pelo veio da alma, traz a felicidade, e a espalha pelo ar.

Mesmo que os dias se tornem difíceis;

Que os caminhos se prolonguem;

Que a visão fique turva;

Tudo há que se curvar aos sonhos.

Pois enquanto estiver acesa a chama, tudo na alma inflama.

CONGRUÊNCIAS DESTOANTES

Congruências conectam identidades.

Encontram-se nas vicissitudes da vida.

Variam situações, pessoas e corações.

Nos encontros, os desencontros no meio da corrida.

Buscam a felicidade.

Encontram a maldade.

Fluência de ciclos em derredor dos vícios.

Oscilação de pêndulos, não se sabe quando vai parar de nutar.

Congruentes.

Condizentes.

Divergentes.

O ser existe destoante, e insiste na conformidade da igualdade.

DOR PUNGENTE

 O pulsar das veias já não abriga o fervor.

No corpo, o esmaecimento do vigor.

Os arredores demarcam distâncias limitando o coração.

Delineia-se a razão.

Os sentimentos se arrastam túrbidos.

Confusos não conseguem vibrar.

Comungam o arrastar da alma.

Trazem à tona a dor que não acalma.

Que de tão torpe aflige, desajusta, desacelera.

Desfalece os sonhos, levando com eles corpo, alma e coração.

QUERENDO ENTENDER

Algumas pessoas dizem não entender o vazio...

Saem à procura do que pode haver para preencher.

Espaços devolutos abstraem o ser.

Fuga de alienados.

Pela matéria palpável querem aos olhos enternecer.

O vago persiste.

Mas o coração insiste.

A busca torna-se intensa.

O entendível distancia-se.

O perceptível aguça-se.