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Sueli Dutra |
Com a poesia "Serra do Rio do Rastro" fui agraciada com a medalha de prata .
Obrigada a todos que me prestigiaram nesse concurso. Agora aproveitem para dar uma olhadinha e me digam se fui realmente merecedora desse prêmio.
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TRABALHOS DOS VENCEDORES DO II CONCURSO LITERATURA DA NATUREZA
12:47 PM, 29/6/2012 .. 0 comentários .. Link
PRISIONEIRO DA INVEJA
Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ
Ao longe vem um canto triste trinado
Um pedido de socorro, um choro cantado,
É um lamento, o som pesado da agonia.
Uma queixa que ouço durante todo o dia.
É um pequeno pássaro lindo e indefeso
Que foi objeto de um homem invejoso,
Da beleza, da liberdade e do canto mavioso.
Foi iludido, caçado, condenado e preso!
A pena mais dolorosa, mais cruel!
Viver numa pequena gaiola de madeira
Com um poleiro, água, forro de papel,
E uma ração considerada de primeira.
O canto da tristeza ressoa apelante
Que foi que eu fiz? Tirem-me daqui...
Vou voar muito alto para bem distante
Eu juro, nunca mais vou voltar aqui,
Prometo agora: - nunca mais cantar,
Nunca mais anunciar o amanhecer
E no por sol me calar e me esconder
Nunca mais, na sua frente aparecer.
Mas me solte, não quero ser prisioneiro.
Quero ser passarinho, sair deste poleiro.
Quero soltar minhas asas com vento viajar
Com o bando da minha plumagem, voar.
Quero construir meu ninho,
Quero chocar meus ovinhos
Quero ter meus filhinhos,
Não quero viver sozinho!
Tenho alma nobre e voz de cantor.
Tenho a sensibilidade do poeta.
Tenho a vida livre como meta.
Tenho na mente o amor do criador!
********************************************************************** SERRA DO RIO DO RASTRO Sueli Dutra Florianópolis - SC
O céu era de um de um azul límpido, distante, muito mais infinito.
Permitia sonhar...
A estrada sinuosa guardava a beleza do que outrora parecia inalcançável.
Invadia a serra.
Afrontava o cânion.
Mirava cachoeiras.
Incrustada no verde da Mata Atlântica, ora desbravada,embalava os
sonhos na silhueta das curvas intermitentes.
Parecia não haver chegada.
Subia.
Subia.
Pelas montanhas deixava-se abraçar e, juntas, fustigavam a perplexidade do olhar.
As nuvens flutuavam lúdicas.
Queriam compor a nobreza do lugar chegando quase a rogar.
Faziam parte da natureza.
Brincavam entre si, desenhando na imaginação de quem via desenhos e silhuetas em doce ilusão, vestindo as montanhas de um véu delicado e farto num “composé” impossível de descrever.
Bastava olhar para sentir...
O sentido aguçava a comunhão entre o homem e o que não há explicação:
A natureza e o entorpecer a visão!
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